Operação PF

Justiça mantém prisão de traficantes que ostentavam Rolex e Dodge em MT

Eles foram presos pela "Operação Pelos Ares", deflagrada pela Polícia Federal, que visa combater o tráfico internacional de drogas.

(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

O juiz substituto da 5ª Vara Federal em Mato Grosso, Paulo César Alves Sodré, manteve a prisão preventiva do traficante Valmir Raimundo Xavier de Oliveira e do produtor rural Mateus Ricardo Vecchiato após passarem por audiência de custódia no final da tarde de quinta-feira (28). Eles foram presos pela “Operação Pelos Ares”, deflagrada pela Polícia Federal, que visa combater o tráfico internacional de drogas.

O ilícito era cometido utilizando aeronaves carregadas de entorpecentes na fronteira do Brasil com a Bolívia. Valmir já é velho conhecido da Polícia e chegou a ser preso, em 2010, na “Operação Re-Volver”, da Polícia Civil de Mato Grosso, também por tráfico de drogas.

Na ocasião, ele estava foragido e teve o mandado de prisão cumprido em uma pousada localizada em uma paradisíaca praia de Natal, no Rio Grande do Norte. Cinco anos depois, ele foi preso pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) suspeito de liderar uma quadrilha especializada em roubos e furtos de defensivos agrícolas em Mato Grosso. 

A operação culminou na prisão de 14 funcionários de uma empresa de transporte, que simulava roubos para desviar carga da empresa que trabalhava. Parte de uma carga foi recuperada em Campo Novo dos Parecis, cidade onde Mateus Ricardo Vecchiato possui uma empresa de comércio de matérias-primas agrícolas e animais vivos.

Veccchiato também foi alvo na operação da Polícia Federal nesta quinta-feira. A ação visa desarticular a associação atuante no tráfico internacional de drogas com a prisão dos principais líderes e a sua descapitalização através da apreensão de bens obtidos com os lucros da atividade criminosa e utilizados na lavagem de dinheiro.

Os suspeitos ostentavam veículos de luxo como uma BMW e um Mercedes Benz, além de dinheiro, joias e relógios de luxo, que foram apreendidos pela Polícia Federal. A “Operação Pelos Ares” visa desarticular a associação voltada ao tráfico com a prisão dos principais líderes e a sua descapitalização através da apreensão de bens obtidos com os lucros da atividade criminosa e utilizados na lavagem de dinheiro.

Ao todo, foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva, 22 mandados de busca e apreensão e ordem de sequestro de bens imóveis, móveis e valores, expedidos pela 5ª Vara Federal de Mato Grosso, nas cidades de Tangará da Serra, Campo Novo do Parecis, Peixoto de Azevedo, Sorriso e Cuiabá, além de Curitiba (PR), Alvorada (RS) e Conceição das Alagoas (MG). Na ação, também foram apreendidos veículos de luxo como uma BMW e um Mercedes Benz, além de dinheiro, joias e relógios de luxo.

Em Cuiabá, são cumpridos quatro mandados de buscas e apreensão. As investigações tiveram início com a apreensão de 431 Kg de cocaína no município de Denise, além de uma aeronave, armas, munições, entre outros objetos.

A partir dos levantamentos realizados Polícia Federal, ficou constatado que a aeronave apreendida foi adquirida por um grupo de traficantes para trazer o entorpecente ao território nacional (na fronteira Brasil/Bolívia pelo estado do Mato Grosso) e posteriormente enviar o material ilícito para a região litorânea do país e depois ao exterior. Durante as investigações ficaram evidenciadas vultuosas movimentações financeiras incompatíveis com a capacidade econômica declarada dos principais líderes do esquema criminoso, que se utilizam de laranjas no intuito de dar aparência lícita aos bens provenientes do tráfico de drogas. A Justiça autorizou, dentre as medidas, o sequestro de cerca de 40 milhões de reais dos investigados.

De acordo com a Polícia Federal, o aumento considerável nas contas e movimentações financeiras dos suspeitos chamou a atenção dos investigadores e levou à decretação de mandados de prisão preventiva contra o grupo. Eles apresentavam rendimentos incompatíveis com as vultuosas movimentações bancárias constatadas.